JOHANNA NUBLAT
DE BRASÍLIA
DE BRASÍLIA
Será que o frango oferecido no cardápio do restaurante foi estocado à temperatura correta? E que a cozinha tem uma proteção que barra a entrada de baratas?
Questões como essas devem ficar mais transparentes para o consumidor com um projeto em fase final de elaboração pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária): a classificação dos restaurantes do país com base
nas condições de higiene do estabelecimento.
nas condições de higiene do estabelecimento.
Até novembro, a Anvisa deve apresentar as primeiras "notas"
de restaurantes das 12 cidades-sede da Copa.
de restaurantes das 12 cidades-sede da Copa.
A ideia segue experiências já adotadas em países como Dinamarca
e Nova Zelândia e em cidades como Nova York.
e Nova Zelândia e em cidades como Nova York.
Na cidade americana, desde 2010 os restaurantes são categorizados
por letras --em que A é a melhor classificação, e C é a pior. Depois
de avaliado, o restaurante deve afixar, de forma visível para o
consumidor, sua "nota" --informação que vai parar até num aplicativo
para smartphones.
por letras --em que A é a melhor classificação, e C é a pior. Depois
de avaliado, o restaurante deve afixar, de forma visível para o
consumidor, sua "nota" --informação que vai parar até num aplicativo
para smartphones.
Após a medida, um estudo apontou na cidade queda no número de
casos de Salmonella --bactéria que pode causar diarreias, vômitos etc.
casos de Salmonella --bactéria que pode causar diarreias, vômitos etc.
Um sistema de letras semelhante é usado na Nova Zelândia.
Já a Dinamarca usa carinhas mais e menos felizes para indicar a
condição sanitária dos restaurantes.
Já a Dinamarca usa carinhas mais e menos felizes para indicar a
condição sanitária dos restaurantes.
Essa transparência é boa, avalia o dinamarquês Simon Lau, chef do
badalado restaurante Aquavit, em Brasília.
badalado restaurante Aquavit, em Brasília.
"Eu gostaria de colocar um sorriso ou uma letra 'A' no meu restaurante",
afirma.
afirma.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
MODELO NACIONAL
No caso do Brasil, ainda não foi definido se a categorização vai ser por
letras, diz Denise Resende, gerente-geral de alimentos da Anvisa. Nem
a forma como a comunicação será feita -se pela internet ou com aviso no estabelecimento.
letras, diz Denise Resende, gerente-geral de alimentos da Anvisa. Nem
a forma como a comunicação será feita -se pela internet ou com aviso no estabelecimento.
"Queremos mostrar para o consumidor a variação na qualidade mesmo
entre os restaurantes com permissão de funcionamento", diz Denise.
entre os restaurantes com permissão de funcionamento", diz Denise.
Durante dois anos, a agência quer testar o projeto, ainda tido como piloto,
nas cidades da Copa -até para ser um guia a turistas estrangeiros. Há
a possib
ilidade de estender a iniciativa a outras localidades.
nas cidades da Copa -até para ser um guia a turistas estrangeiros. Há
a possib
ilidade de estender a iniciativa a outras localidades.
A adesão das cidades é voluntária e haverá recursos federais
(R$ 5 milhões)
para qualificação de técnicos locais de vigilância sanitária.
(R$ 5 milhões)
para qualificação de técnicos locais de vigilância sanitária.
Segundo Denise, caberá ao município estabelecer prioridades locais
-como focar em um tipo de restaurante ou priorizar bairros-, com
base num "check-list
" de principais riscos à saúde.
-como focar em um tipo de restaurante ou priorizar bairros-, com
base num "check-list
" de principais riscos à saúde.
O diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, ressalva que
nenhum local
ficará aberto sem o mínimo de higiene hoje determinado pelas
leis brasileiras.
nenhum local
ficará aberto sem o mínimo de higiene hoje determinado pelas
leis brasileiras.
APROVAÇÃO
De forma geral, a proposta é bem vista pelo setor.
Fernando Cabral, da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e
Restaurantes), defende que seja voluntária a divulgação do
resultado pelo restaurante -o
que não está previsto. A entidade ainda questiona a capacidade
de fiscalização
da vigilância.
Restaurantes), defende que seja voluntária a divulgação do
resultado pelo restaurante -o
que não está previsto. A entidade ainda questiona a capacidade
de fiscalização
da vigilância.
A ANR (Associação Nacional dos Restaurantes) diz que o modelo
funcionou no exterior e que aguarda a divulgação dos critérios
nacionais.
funcionou no exterior e que aguarda a divulgação dos critérios
nacionais.
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