sábado, 26 de janeiro de 2013

Restaurantes serão classificados pela higiene
JOHANNA NUBLAT
DE BRASÍLIA

Será que o frango oferecido no cardápio do restaurante foi estocado à temperatura correta? E que a cozinha tem uma proteção que barra a entrada de baratas?
Questões como essas devem ficar mais transparentes para o consumidor com um projeto em fase final de elaboração pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária): a classificação dos restaurantes do país com base
 nas condições de higiene do estabelecimento.
Até novembro, a Anvisa deve apresentar as primeiras "notas"
de restaurantes das 12 cidades-sede da Copa.
A ideia segue experiências já adotadas em países como Dinamarca
 e Nova Zelândia e em cidades como Nova York.
Na cidade americana, desde 2010 os restaurantes são categorizados
 por letras --em que A é a melhor classificação, e C é a pior. Depois
de avaliado, o restaurante deve afixar, de forma visível para o
consumidor, sua "nota" --informação que vai parar até num aplicativo
 para smartphones.
Após a medida, um estudo apontou na cidade queda no número de
casos de Salmonella --bactéria que pode causar diarreias, vômitos etc.
Um sistema de letras semelhante é usado na Nova Zelândia.
 Já a Dinamarca usa carinhas mais e menos felizes para indicar a
 condição sanitária dos restaurantes.
Essa transparência é boa, avalia o dinamarquês Simon Lau, chef do
 badalado restaurante Aquavit, em Brasília.
"Eu gostaria de colocar um sorriso ou uma letra 'A' no meu restaurante",
 afirma.
Editoria de Arte/Folhapress
MODELO NACIONAL
No caso do Brasil, ainda não foi definido se a categorização vai ser por
letras, diz Denise Resende, gerente-geral de alimentos da Anvisa. Nem
a forma como a comunicação será feita -se pela internet ou com aviso no estabelecimento.
"Queremos mostrar para o consumidor a variação na qualidade mesmo
entre os restaurantes com permissão de funcionamento", diz Denise.
Durante dois anos, a agência quer testar o projeto, ainda tido como piloto,
 nas cidades da Copa -até para ser um guia a turistas estrangeiros. Há
a possib
ilidade de estender a iniciativa a outras localidades.
A adesão das cidades é voluntária e haverá recursos federais
(R$ 5 milhões)
 para qualificação de técnicos locais de vigilância sanitária.
Segundo Denise, caberá ao município estabelecer prioridades locais
 -como focar em um tipo de restaurante ou priorizar bairros-, com
 base num "check-list
" de principais riscos à saúde.
O diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, ressalva que
 nenhum local
 ficará aberto sem o mínimo de higiene hoje determinado pelas
leis brasileiras.
APROVAÇÃO
De forma geral, a proposta é bem vista pelo setor.
Fernando Cabral, da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e
 Restaurantes), defende que seja voluntária a divulgação do
resultado pelo restaurante -o
 que não está previsto. A entidade ainda questiona a capacidade
 de fiscalização
da vigilância.
A ANR (Associação Nacional dos Restaurantes) diz que o modelo
 funcionou no exterior e que aguarda a divulgação dos critérios
nacionais.

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